CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
A ESPERANÇA
Diante do medo que encampa ao nosso redor, o que seria de nós se não fosse a esperança?
O acreditar que um novo tempo pode nascer com perspectivas diferentes e muito melhores, é claro.
É interessante notar que o medo nos limita, impedindo que continuemos a marchar. A esperança nos capacita a continuar, porque nos doa um vislumbre de um futuro mais gentil. E se não for? Continuamos por acreditar.
Acho incrível a ideia de que na esperança não existe utopias. Mesmo ela sendo uma luz, irradia lastros de negatividade. Isso significa que não é porque temos esperança que não viveremos momentos desafiadores/difíceis. Mas tudo bem! Isso não é o fim! É a vida!
A vida com suas nuances, nem sempre muito harmoniosas, mas possíveis, e é isso que mantém a esperança acessa, iluminando caminhos, alegrando corações, impulsionando a existência.
A esperança nos incita a um compromisso. Uma aliança com a vida, com o outro, com nossa crença, com o mundo e a natureza. Talvez seja por isso que o homem primitivo foi colocado em um jardim. Neste lugar, ele tinha e nós temos tudo o que precisamos para nos conectar com nosso eu: o outro, Deus, a natureza (plantas, rios e animais) e a crença de uma vida sem fim.
Hoje em dia se conjuga muito a esperança com a positividade. É pertinente ser positivo, mas precisamos entender que ela, como está sendo entendida ultimamente, tem tornado as pessoas egoístas, por causa do isolamento que a encerra. Neste sentido, a esperança perde seu caráter de aliança com o outro, de conexão de vidas, de compartilhamento de emoções.
Como seria um mundo em que até o relacionamento conosco mesmo está permeado pelo medo: medo de errar, de como as pessoas me virão, de não ser competente, de não ter palavras bonitas para dizer, de não ter um corpo esbelto e por aí vai, se não tivermos alicerçados na esperança?
Retornaremos na esperança na próxima conversa psicanalítica.
Um grande abraço para você!
Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista
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